quarta-feira, 25 de abril de 2018

Risco de morte após cirurgia bariátrica

De acordo com a endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Europeia de Endocrinologia (SEE), as cirurgias abertas, em que eram realizadas grandes incisões, tinham 50% de risco de morte. "Surgiam complicações devido aos músculos fracos e à grande camada de gordura que faziam com que os pontos se abrissem, criando infecções graves", explica.

Justamente devido às complicações do método aberto, atualmente o tipo cirúrgico mais utilizado para bariátrica é a laparoscopia, procedimento em vídeo feito por meio de alguns furos no abdômen. De acordo com a doutora, nestes casos o índice de morte cai para 1,5%, podendo sofrer variações de acordo com idade, peso inicial e acompanhamento posterior com o cirurgião.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Como é a dieta após a cirurgia?

O objetivo da cirurgia é diminuir o volume ingerido, e não cortar nutrientes. Os primeiros 30 dias após a cirurgia são de dieta liquida, passando para pastosa e em seguida dieta sólida. É necessário uma reeducação alimentar, ou seja, comer com calma, mastigar bem os alimentos e se possível alimentar-se de 4 a 6 vezes por dia.

A cirurgia é segura? Qual o risco ?

A verdade é que não existe cirurgia sem risco. A cirurgia da obesidade é de grande porte, mas comporta um risco pequeno. O que se sabe hoje é que as pessoas que permanecem obesas têm muito mais chances de morrer precocemente do que as pessoas que são operadas.

Quanto tempo após a cirurgia que eu posso voltar a fazer exercícios físicos ?

O comum é recomendar ao paciente que espere por 90 dias nas cirurgias convencionais e 30 dias para os procedimentos por videolaparoscopia. Após este período, o recomeço deve ser lento e gradual. O tipo de exercício, sua duração e intensidade vai depender de sua capacidade prévia a cirurgia de redução. Pacientes que já faziam esportes tem a tendencia de recomeçar mais facilmente. No entanto, mesmo para os mais experientes, recomendamos que seja realizada uma avaliação detalhada com um profissional da área (professor de educação física, fisioterapeuta) para evitar lesões e orientar um correto programa de treinamento físico para re-estabelecimento de uma condição saudável.

Beber álcool contribui para voltar a engordar

No caso de pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica, beber em excesso tem como consequência também a contribuição para o reganho de peso, alerta o psiquiatra da Abeso Adriano Segal. O problema atinge 25% dos pacientes. “Não é segredo para ninguém que álcool é muito calórico e engorda”. Ele alerta que não existe nível seguro de consumo da substância, pois o que pode ser inofensivo para algumas pessoas pode ter maiores impactos em outras, já que cada organismo é único.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), beber moderadamente é não tomar mais do que duas doses por dia, duas vezes por semana. O uso de álcool é o terceiro maior fator de risco para morte prematura, incapacitação e perda de saúde no mundo, segundo a entidade.

Em 2013, uma revisão no “Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais” da Associação Americana de Psiquiatria passou a agrupar os transtornos por uso de álcool no setor Addictive Disorders. Assim, os transtornos por uso de substâncias ficam definidos como um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo continua usando a substância a despeito de problemas significativos.

O Álcool na vida do bariátrico

Mais de 100 mil brasileiros fizeram cirurgia bariátrica em 2016, número 7,5% maior do que no ano anterior. Com um crescimento proporcional à epidemia de obesidade no Brasil, o procedimento costuma ser bem-sucedido na grande maioria dos casos, mas traz ao paciente uma nova realidade de vida, para a qual ele nem sempre está preparado. Um dos quadros que têm chamado a atenção dos médicos é o aumento do consumo de bebida alcoólica pelas pessoas que passaram pela cirurgia.

Cerca de 19% delas desenvolvem o chamado “transtorno de uso de álcool”, de acordo com revisão de estudos apresentada nessa quarta-feira (25) no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em São Paulo, pelo médico Adriano Segal, responsável pelo Setor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Segundo ele, a questão começou a chamar a atenção dos médicos em 2012, quando começaram a ser feitos alguns trabalhos para tentar medir o alcance do problema. “Os estudos são bem variados, pelos diversos tipos de cirurgia que existem, mas seguramente podemos falar em 19%, um índice bem alto. É maior do que o risco de morrer jogando roleta-russa com uma arma com seis balas”, compara o especialista.
Entre as causas do problema, a principal é a mudança na absorção do álcool pelo organismo após a cirurgia. Com a alteração da fisiologia do aparelho digestivo, a substância passa direto para o intestino e é absorvida mais rapidamente, além de demorar mais tempo para ser eliminada. “Enfim, a cirurgia bariátrica aumenta a sensibilidade à bebida alcoólica”, diz Segal. Consequentemente, segundo o médico, aumenta o risco de dependência e dos transtornos. “Cada vez mais jovens estão se submetendo à bariátrica, o que também pode justificar essa relevante incidência do problema”.

Obesos já são mais propensos a apresentar problemas psiquiátricos do que a população em geral, lembra a médica Maria Francisca Mauro, especialista no tema. Não são raros transtornos do humor, de ansiedade e de alimentação. A recomendação é que uma equipe multidisciplinar e a família fiquem atentas a situações de desnutrição que indiquem quadros depressivos, ou qualquer outra manifestação psiquiátrica, e a transtornos que surjam após a realização do procedimento.

“A realização de um pré-operatório adequado é a estratégia mais recomendada. É você conscientizar o paciente nessa fase de que o pós-operatório vai fazer parte ‘a eternum’ da vida dele. É claro que num primeiro ano de forma mais intensa, depois de forma mais seriada, mais espaçada. Mas ele ter esse entendimento é essencial”, afirma a médica. Com um atendimento acolhedor, o paciente continua frequentando as consultas médicas. Segundo ela, a relação médico-paciente é essencial para garantir esse acompanhamento e evitar o aparecimento ou agravamento dos transtornos psiquiátricos.
Brasil. O país é considerado o segundo em número de cirurgias bariátricas, e as mulheres representam 76% dos pacientes. O sobrepeso é constatado quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é de 25 até 29,9. Com o IMC a partir de 30, a pessoa é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Os cuidados no pré e no pós operatório

Os cuidados pré e pós-operatório geram várias dúvidas em você?
Infelizmente muitas pessoas desconhecem que o sucesso de uma cirurgia não depende apenas da operação e do médico cirurgião plástico especialista.
Há diversos fatores que, se forem seguidos à risca, podem ajudar no sucesso da cirurgia e evitar o surgimento de possíveis complicações.
Se você quer que o seu resultado seja um verdadeiro sucesso, então dê uma atenção especial aos cuidados pós-operatório.
Mas também não se esqueça do pré-operatório de cirurgia plástica!
No decorrer do texto, vamos listar os principais fatores que te ajudarão a conquistar o corpo dos seus sonhos. São dicas preciosas compartilhadas por uma clínica de cirurgia plástica em SP com mais de 100 mil atendimentos realizados, priorizando os cuidados de pré e pós-operatório.
Não deixe de ler.

Como acabar com as várias dúvidas a respeito dos cuidados de pré e pós-operatório?



“Antes de fazer a minha cirurgia, eu lia os comentários das meninas que já tinham feito o procedimento e ficava morrendo de medo do pós-operatório de cirurgia plástica doer. E não era só isso! Vários outros questionamentos passavam pela minha cabeça.”
Diz Cristiane Oliveira, paciente da clínica Dream Plastic.
pos operatorio cirurgia plastica
Assim como a Cristiane, muitas mulheres têm diversas dúvidas com relação a cuidados de pré e pós-operatório:

  • Será que vou ter que ficar muito tempo de repouso?
  • Quanto tempo vou ter que esperar para perceber o resultado?
  • Quando vou poder voltar ao trabalho?
  • Vai ficar alguma cicatriz?
  • Os cuidados pós-cirurgia incluem ficar muito tempo sem poder ter relações sexuais?
  • Quanto tempo não vou poder tomar sol no pré e pós-operatório?
  • No pré e pós-operatório terei que seguir alguma dieta especial?

Você se identificou com alguma? Então esse texto é para você!
Mas antes de continuar a leitura, que tal ajudar várias mulheres a solucionar esses questionamentos de pré e pós-operatório de cirurgia plástica? Basta clicar no link e compartilhar esse conteúdo.

Dicas sobre pré-operatório na cirurgia 

Antes de qualquer coisa, você deve ter em mente que realizar uma cirurgia plástica é uma decisão importante e que certamente vai trazer novas e boas oportunidades para você.
Porém, antes de querer imaginar o resultado, você deve ter perspectivas claras e realistas de como é seu corpo e de como ele pode se transformar.
Isso porque a cirurgia poderá ficar ótima e ainda assim você ficar desapontada, pois estava pensando que não haveria nenhuma cicatriz.
Por isso, é importante passar em uma avaliação médica com um cirurgião plástico e esclarecer todas as suas dúvidas.

cuidados pré operatórios


7 dicas fundamentais sobre os cuidados pré-operatórios que você não pode deixar de seguir

Conheça os cuidados necessários para o pré-operatório de cirurgia plástica seja ela qual for:

1. Fique de jejum
Para o grande dia, faça jejum de no mínimo 8 horas. E, no máximo três horas antes da internação, você só poderá ingerir os seguintes alimentos:
  • Água
  • Chá sem açúcar (ou com adoçante)
  • Suco de laranja coado e sem açúcar

2. Dez dias antes da cirurgia plástica
Alguns medicamentos prejudicam a coagulação do sangue, aumentando o risco de hematomas.
Por isso, evite o uso de ácido acetilsalicílico (remédios como AAS, Aspirina, Buferin e similares), anti-inflamatórios não hormonais (como Voltaren, Cataflan e similares), fórmulas para emagrecimento ou outras medicações estimulantes.

3. Não fume
Um dos cuidados pré-operatórios exigidos é ficar sem fumar, pelo menos, nas duas semanas que antecedem sua cirurgia plástica.
O cigarro pode até piorar a circulação, prejudicando a oxigenação do sangue. Além de formar uma má cicatrização do procedimento cirúrgico e aumentar o risco de trombose e embolia pulmonar.
Além disso, evite ingerir bebidas alcoólicas dias antes da cirurgia.  

4. Higiene pessoal
Recomendamos que no dia da cirurgia você tome banho com sabonete neutro, lave os cabelos e seque bem.
Alguns médicos orientam que as pacientes não realizem depilações próximas à área a ser operada, entretanto, confirme com o seu cirurgião dias antes do procedimento.

5. Previna o surgimento de estrias
Esse é um dos cuidados de pré-operatório para cirurgia plástica que as mulheres mais se preocupam! Ninguém deseja o surgimento de estrias na pele, por isso é preciso hidratar bem. O ideal é que você passe creme duas vezes ao dia, principalmente, na área a ser operada.
Na consulta médica o cirurgião vai analisar três fatores que podem causar estrias: o tamanho excessivo da prótese a ser implantada, a idade da paciente e se ela já tem estrias.

6. Converse com os médicos
Comunique ao seu anestesista a respeito do uso de qualquer medicamento, drogas ilícitas ou alergias a medicações e alimentos.
Em caso de dúvidas, não hesite em esclarecê-las.

7. No dia da cirurgia
Procure ficar o mais tranquila possível, pois você está muito bem acompanhada com sua equipe médica. E atente-se para que no dia você esteja:
  • Sem esmalte na unha e sem maquiagem
  • Sem joias, bijuterias, relógios e objetos de valor
  • Com os exames, os seus documentos pessoais e com a guia de internação
  • Com um par de roupas – leves e fáceis de vestir – para a sua saída do hospital

Por que é tão importante me atentar as orientações do pré e pós-operatório de cirurgia plástica?


O período de pós-operatório é tão importante para o resultado final quanto à própria cirurgia. Por isso, na Dream Plastic esse período é levado com estrema seriedade e dedicação por parte da equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
Elaboramos um projeto para ajudar as nossas pacientes a passar por esse período com a melhor recuperação possível. Confira os principais cuidados recomendados:

cuidados pos cirurgia

Veja os 7 cuidados pós-cirurgia para você ter um resultado de sucesso


1. Consultas sem limite!
Passe em quantas consultas médicas você achar que for necessário para a sua plena recuperação.
Essas consultas são importantes para o médico avaliar de perto o resultado e também para que os enfermeiros troquem os curativos.
Falando nisso, evite molhar o curativo até que seja autorizado.

2. Siga todas as orientações passadas pela equipe médica
Infelizmente muitas pacientes erram, deixando de seguir os cuidados do pós-operatório logo após que percebem um avanço na recuperação.
A ansiedade por querer voltar à rotina atrapalha muito nessa hora. A cicatrização não acontece da noite para o dia. Por isso é necessário seguir os períodos de repouso, já que um passo em falso pode atrapalhar todo o desempenho do processo.

3. Realize Drenagem Linfática caso seja necessário
Há cirurgias em que o médico vai receitar sessões obrigatórias de Drenagem Linfática (essa é uma das exigências para alguns pós-operatório de cirurgia plástica).
A Drenagem ajuda a reduzir o inchaço e evitar que surjam fibroses, nodulações e irregularidades na pele.  
Dream Plastic oferece internamente esse serviço que é realizado por uma equipe especializada em drenagem linfática de pós-operatório em cirurgia plástica, supervisionada por fisioterapeutas pós-graduadas em Dermato-funcional.

4. Use uma cinta ou malha compressiva
Utilize uma cinta elástica modeladora com tecnologia avançada indicada para sua cirurgia. Esse tipo de material minimiza o inchaço e ajuda seu corpo a pegar forma mais rapidamente.

5. Evite movimentos bruscos e carregar peso
Alguns movimentos podem forçar a cicatriz e prejudicar o resultado. Toda cicatriz recente é frágil e precisa de um tempo para se fortalecer.
As recomendações de uma cirurgia para outra pode variar bastante, por exemplo, a paciente que fez uma abdominoplastia necessita andar curvada, com ligeira flexão do tronco e dar passos curtos. Isso por um período de 14 a 20 dias.
Já para aquelas que acabaram de colocar prótese de silicone a orientação é não movimentar os braços em excesso.
Mas em todo caso, não se esqueça de seguir as orientações que o seu médico passar.

6. Evite tomar sol
No pós-cirurgia plástica um dos fatores que poderá comprometer a cicatrização plena é a exposição ao sol.
O período mínimo recomendado pelos médicos para evitar completamente a exposição ao sol é de 30 dias.
Antes disso, a paciente não deve ficar exposta, visto que, a cicatriz pode escurecer, além de surgir manchas roxas e com efeitos irreversíveis ao redor do local.

7. Cuide-se bem
É importante tomar os medicamentos prescritos nos intervalos corretos e pelo período recomendado.
Não faça compressas quentes ou frias, não use pomadas, não tome chás ou ervas e nem medicações além das prescritas. Não siga a sugestão de amigos, parentes ou vizinhos.

Chega de desespero! Tudo será feito de forma simples, mas sem deixar de ter segurança


A Dream Plastic desenvolveu um protocolo de segurança para proporcionar:

  • Um período de recuperação confortável e com assistência total.

  • Melhores resultados após a cirurgia. A cada consulta, os profissionais acompanham a evolução dos resultados da paciente, sendo tudo documentado com fotos.

  • Um atendimento personalizado com enfermeiros experientes em pós-operatório de cirurgia plástica

  • Uma recuperação com os melhores recursos disponíveis, por meio de materiais de primeira linha e também com o uso de recursos oferecidos pelos fisioterapeutas.

  • Felicidade acima de tudo! Queremos que você se sinta bem e feliz com cada parte do processo, por isso tudo é feito pensando no seu melhor.

Todas as dicas passadas nesse texto, e muitas outras, são praticadas pela nossa equipe. A paciente recebe todas as orientações em um mini manual impresso que será o seu guia durante todo o processo de cuidados pré e pós-operatório.

Como baixar minha gordura no fígado ?

A gordura no fígado é algo perigoso e fatal, pode desenvolver uma cirrose, mas...fique tranquilo, ela tem cura, principalmente quando ainda está nos estágios iniciais, e o seu tratamento é feito principalmente com alterações na dieta, prática regular de atividade física, perda de peso e controle de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto.

Assim, a dieta deve ser rica em alimentos integrais, como farinha de trigo, arroz e macarrão integral, frutas, legumes, peixes, carnes brancas e leite e derivados desnatados.

Além disso, é importante parar de fumar e de consumir bebidas alcoólicas, e reduzir o consumo de alimentos ricos em gordura e carboidratos simples, como pão branco, pizza, carnes vermelhas, linguiça, salsicha, manteiga e alimentos congelados.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Sexo no pós operatório


Na verdade o problema não é a relação sexual e sim o esforço durante a relação sexual, se for algo bem tranquilo, em uma posição confortável e que você não faça muito esforço (nenhum de preferência) já poderia começar a ter relações. A partir de 60 dias estaria liberada para pequenos esforços e somente depois de 6 meses liberada para grandes esforços.


Dr. Charles Schwambach
Médico

sexta-feira, 23 de março de 2018

Síndrome de Dumping

A síndrome de dumping é ocasionada pela passagem rápida do estômago para o intestino, de alimentos com grandes concentrações de gordura e/ou açúcares, em pacientes submetidos a cirurgias gástricas, como a bariátrica e metabólica, como resultado da alteração anatômica do estômago.

Ela ocorre após a ingestão de alimentos ricos em gordura (óleos vegetais e carnes gordurosas) ou em carboidratos simples (doces, leite condensado, mel, chocolates, geléias e refrigerantes), levando a sintomas, como: cefaléia, taquicardia, sudorese, náuseas, fraqueza e diarréia. Estes sinais podem ser precoces (de 30 a 60 minutos após a refeição) ou tardios (de 1 a 3 horas após a refeição).

"Não são todos os pacientes submetidos a essas cirurgias que apresentam a Síndrome de Dumping e determinadas técnicas cirurgias tem menores chances de de levar ao quadro do que outras. Como tratamento preventivo não existe uma lista determinada de alimentos que levam necessariamente ao quadro para ser evitada. Somente após a cirurgia é que o paciente saberá se tem sensibilidade ou não para o aparecimento dos sintomas, na ingestão de alimentos mais suscetíveis. Apesar de não ter cura e poder acompanhar o indivíduo por toda a vida, a grande maioria das pessoas aprende a conviver com o dumping, evitando os alimentos que lhes são menos favoráveis", diz a nutricionista do Einstein, Gabriela Tavares Braga.

Os pacientes com sinais frequentes de dumping devem ser tratados com modificações dos hábitos alimentares: evitar o consumo de açúcar, doces e alimentos gordurosos; fracionar a alimentação em aproximadamente 6 refeições por dia em menores volumes; não ingerir líquidos durante as refeições (consumir até 1 hora antes e 1 hora após); aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras; e mastigar bem. É também aconselhável associar alimentos fontes de proteína no consumo dos carboidratos (torrada com queijo branco), para lentificar o tempo de digestão dos mesmos. Pela mesma razão, a suplementação de módulos de fibras pode auxiliar em alguns casos.

Fique atento! Caso apresente os sintomas descritos acima, deve-se permanecer sentado ou deitado, até que passem. Caso a síndrome de dumping ocorra com freqüência, procure o seu médico e o seu nutricionista.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Estomaphix: uma nova chance para quem ganha peso após cirurgia bariátrica

O número de obesos aumenta no mundo a cada dia e a cirurgia bariátrica vem se tornando um importante aliado no tratamento de pacientes com obesidade mórbida. Além de perder grande quantidade de peso, homens e mulheres no mundo inteiro têm recuperado sua autoestima e ganhado os benefícios da melhora, ou mesmo cura, do diabetes, controle da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e alívio das dores articulares. No entanto, pelo menos metade desses pacientes volta a engordar no pós-operatório.
O fato é que a cirurgia bariátrica é um procedimento complexo, delicado, e impõe uma mudança fundamental nos hábitos alimentares dos indivíduos, o que nem sempre acontece. Portanto, é primordial que o paciente conheça muito bem o procedimento cirúrgico e quais os riscos e benefícios da cirurgia. “Só dessa forma, com orientações técnicas, acompanhamento psicológico e o apoio da família que o paciente pode passar por todas as fases do processo sem perder o foco no meio do caminho”, alerta o médico cirurgião geral e especialista em emagrecimento, Dr. Sérgio Barrichello (CRM-111.301).
Método revolucionário e menos agressivo
Um novo método, no entanto, promete dar uma segunda chance para quem já passou pelo processo de redução de estômago e voltou a ganhar peso: o Estomaphix. Criada nos Estados Unidos, a técnica é conduzida através de endoscopia. Após aplicação de anestesia, um aparelho flexível é introduzido pela boca do paciente até o neo-estômago e a junção entre o estômago e o intestino. O aparelho aspira e faz cerca de 20 grampeamentos nas paredes do estômago dilatado da pessoa, fazendo com que o órgão volte a ficar pequeno. “Com a aproximação tecidual, o espaço por onde a comida passa diminui e, com a redução do órgão, o paciente volta a ter a sensação de saciedade que tinha logo após a primeira operação”, conta o médico.
O paciente submetido ao método volta a ter uma dieta normal em 30 dias, inicialmente ingerindo alimentos líquidos e pastosos. Segundo Barrichello, o método também tem baixos índices de complicações e permite que os pacientes retornem quase que imediatamente a sua vida normal. Isso acontece porque é um método que não necessita de cortes. “Na maioria dos casos há ausência de qualquer tipo de cicatrização e dores posteriores. O paciente também não precisa ficar internado num hospital. Em poucas horas após a procedimento ele pode ir pra casa e, na maioria dos casos, trabalhar no dia seguinte”, explica.
Apesar de minimamente invasivo, alguns cuidados são necessário antes de decidir se submeter ou não ao Estomaphix. O Dr. Sérgio Barrichello dá algumas dicas:
Indicações: Se você está recuperando peso porque o seu estômago está ‘esticado’ nos últimos meses ou anos, desde a cirurgia bariátrica; ou se você nunca foi capaz de alcançar o peso desejado, apesar da cirurgia. “Não há exigência de peso mínimo, no entanto, uma consulta médica e uma simples endoscopia digestiva alta são necessárias para verificar se você é um candidato viável para este procedimento especializado”, adverte.
Após a cirurgia: Estomaphix é um procedimento ambulatorial, que permite aos pacientes voltarem para casa no mesmo dia. A maioria se sente bem o suficiente para voltar ao trabalho rapidamente. No entanto, a atividade física é limitada por um curto período. “Para maximizar o seu sucesso e ajudar o processo de cura, orientações nutricionais e acompanhamento regular com seu médico são uma exigência”, alerta.
Riscos: Como não existem incisões, não há formação de cicatrizes e o risco de infecção, hemorragia e outras complicações são reduzidas. Efeitos colaterais comuns incluem dor de garganta, um leve desconforto no pescoço ou no peito, e um certo ‘aperto’ no estômago nos primeiros dias. “Alguns pacientes podem tomar um analgésico para estes sintomas, mas na maioria das vezes dá para conviver confortavelmente com eles”, diz o cirurgião.

Pedagoga emagrece 49 kg depois de ter segunda cirurgia bariátrica negada

Para conseguir emagrecer, Érika Ribeiro Mattos, de 35 anos, precisou, em primeiro lugar, aceitar que tinha um distúrbio alimentar. Depois de admitir sua compulsão por comida, foi preciso entender que ela era a única pessoa responsável pelo seu emagrecimento. Não havia terapia, nem remédio ou cirurgia que pudessem dar a ela um “passaporte mágico” para a magreza.
“Sempre tentei fazer regime com acompanhamento médico e com muitos remédios inibidores de apetite, e sempre sofri do efeito sanfona. Depois de um tempo morando na Holanda, fui até fazer um tratamento em uma clínica para pessoas com distúrbio alimentar. É lógico que nada resolveu, afinal eu sempre achei que o problema era de todo mundo, menos meu. Eu queria a solução, mas não queria ter que resolver o problema”, admite.
“Fui a uma nutricionista daqui e despenquei a chorar. Ela disse que eu precisava ir a um psicólogo e me encaminhou para a clínica especializada em distúrbios alimentares. Fiz tratamento por uns três ou quatro meses, mas além de ser longe da minha casa, por causa da diferença de cultura eu não gostei da abordagem”, conta.
Érika optou, então, por uma cirurgia bariátrica, mas teve o procedimento negado. “Fiz todos os testes numa clínica especializada, mas a parte psicológica me barrou, e não fizeram nada. Apesar de todo o histórico familiar, ninguém nunca chegou a sugerir um tratamento”, comenta. Érika sempre sofreu com o excesso de peso e outras pessoas da família também enfrentam o problema. Seu irmão mais velho morreu de infarto com apenas 30 anos – ele tinha diabetes, pressão alta e era obeso.
Nascida em São José dos Campos, no interior de São Paulo, Érika se casou com um holandês e mudou-se para Arnhem em 2007. Acostumada a tentar controlar seu peso recorrendo a inibidores de apetite, ela engordou ainda mais depois de se mudar para a Holanda, onde este tipo de medicamento não é vendido.
Para matar a saudade do Brasil, Érika Ribeiro Mattos come arroz e feijão na Holanda (Foto: Arquivo pessoal/Érika Ribeiro Mattos)Para matar saudade do Brasil, às vezes ela recorre ao arroz e
feijão na Holanda (Foto: Arquivo pessoal/Érika Ribeiro Mattos)
No meio de todo este processo, a pedagoga engravidou. Num país que incentiva o parto domiciliar acompanhado por parteiras, Érika teve que fazer seu pré-natal num hospital, por causa do histórico de saúde e do excesso de peso. No fim da gravidez, ela teve pré-eclâmpsia e o bebê acabou nascendo prematuro, aos 7 meses de gestação. “Depois disso, comecei a engordar, engordar e engordar. Tudo começou a me afetar, a distância do país, da família, problemas do dia a dia.”
Desesperada com esse cenário, Érika tentou novamente se submeter a uma cirurgia de redução de estômago, mas, pela segunda vez, foi impedida. O médico explicou para a brasileira que a cirurgia era arriscada demais, e que não poderia submetê-la a tal risco se fosse para a pedagoga continuar com os hábitos que tinha. “Saí de lá revoltada. E então, decidi: ou eu mudo por mim mesma, ou eu vou morrer.”
Erika Ribeiro Mattos emagreceu quase 50 kg depois de finalmente admitir que tinha um distúrbio alimentar (Foto: Arquivo pessoal/Érika Ribeiro Mattos)Pegagoga teve pré-eclâmpsia no fim da gravidez e filho nasceu prematuro, aos sete meses de gestação (Foto: Arquivo pessoal/Érika Ribeiro Mattos)
A primeira decisão foi tentar controlar os ataques compulsivos, mas sem necessariamente reduzir o volume ou mudar o tipo de comida. Depois de dois meses conseguindo resistir, Érika passou então a controlar a quantidade de comida e a fazer trocas saudáveis.
Se antes Érika chegava a consumir de 8 mil a 10 mil calorias por dia, segundo ela, hoje o consumo está limitado a até 2 mil calorias. A pedagoga passou a comer de três em três horas e aumentou a ingestão de frutas, salada, iogurte e barrinhas de cereal. “Não fiz dieta, eu controlo os ataques compulsivos – e isso é para o resto da minha vida. Hoje, se você me perguntar, eu sei o que comi o dia inteiro, e isso era impossível antes. Com o tempo, você vê o que funciona e vai se adaptando. Se você me oferecer batata frita, eu vou querer um prato de salada, porque passei a entender a relação de causa e efeito.”
Embora não esteja frequentando a academia com assiduidade – Érika até está inscrita, mas quase nunca vai – ela anda, em média, de 12 km a 15 km de bicicleta por dia, levando o filho na garupa. Ela também tentou correr, mas problemas no joelho fizeram-na diminuir o ritmo e a pedagoga tem optado pela caminhada. Érika já participou duas vezes de um evento de 25 km de caminhada que acontece sempre na Holanda. “São cerca de 6 horas caminhando”, diz.
"Quando eu percebi que o problema era meu, que era eu que tinha realmente que mudar e que ninguém ia fazer nada por mim, foi aí que as coisas começaram a dar certo. (...) É uma luta para o resto da vida.”
Erika Ribeiro Mattos emagreceu quase 50 kg depois de finalmente admitir que tinha um distúrbio alimentar (Foto: Arquivo pessoal/Érika Ribeiro Mattos)

Posso fazer uma segunda cirurgia bariátrica ?

Estudos revelaram que alguns pacientes que fazem a cirurgia bariátrica (gastroplastia) podem recuperar algum peso caso não sigam as recomendações médicas. Dentre os fatores que ocasionam esse reganho de peso podemos citar: a compulsão alimentar ligada à ansiedade que causa a dilatação do estômago já operado. Uma observação importante é que o ganho de até 10% do peso perdido após dois anos de cirurgia é considerado normal.
Sedentarismo, ingestão de alimentos calóricos como doces- que não saciam a fome, ‘beliscar’ e ingerir bebidas alcoólicas, são fatores que só favorecem o ganho de peso.
Mas o que fazer quando isso acontece?
Uma alternativa é a aplicação de Plasma de Argôniouma espécie de raio laser. O objetivo desse procedimento é diminuir a anastomose, região onde o alimento passa, que sai do estômago para o intestino, reduzindo assim a fome do paciente, que fica saciado por mais tempo. São realizadas no mínimo, três sessões, com intervalos de seis a oito semanas entre cada uma delas. É um procedimento ambulatorial, o paciente não precisa ficar internado no hospital, recebe alta logo que acorda da anestesia. A vantagem dessa alternativa é a não necessidade de uma nova cirurgia, mas não se deve esquecer que ter o acompanhamento da equipe multidisciplinar é essencial. Composta pelo cirurgião bariátrico, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e, endocrinologista; esses profissionais dão suporte e apoio ao paciente para obtenção do sucesso nos resultados.
Outra alternativa é realizar um procedimento chamado Stomaphyx, procedimento que só pode ser feito para pacientes que já foram operados através do procedimento Bypass gástrico em Y de Roux ou Fobi-Capella. É uma técnica feita por meio da endoscopia. É menos dolorosa, tem cicatrização mais rápida, baixa taxa de complicação, sem incisões e cicatrizes. Mesmo sendo via endoscópica, o paciente precisa ser internado, pois a anestesia é geral.
Como o procedimento é realizado: um endoscópio flexível é introduzido pela boca até o estômago. Nele é transportado uma câmera de fibra ótica e uma ferramenta tubular cirúrgica. O tecido do estômago é puxado por sucção pelo aparelho, e em torno de 35 prendedores em formato de “H”, são colocados estrategicamente da parede do estômago para criar pregas nos tecidos e reduzir o tamanho do órgão.
Após a escolha de qualquer um desses procedimentos, o acompanhamento do paciente com um psicólogo ou psiquiatra é muito importante. O tratamento da ansiedade é um grande passo. E como sempre, lembrar de realizar atividades físicas e procurar ter uma boa alimentação é imprescindível para o não reganho de peso.